Antes de mais nada, precisamos lembrar que o pênis é um órgão frágil… Por isso é possível quebrá-lo quando ele está ereto: chamamos popularmente isso de fratura do pênis. Aliás, dentre os traumatismos dos órgãos genitais externos, esse é o mais comum. Sua principal característica é a ruptura da túnica albugínea. Normalmente ela acontece quando o pênis está cheio de sangue, na maioria das vezes durante a relação sexual, em uma penetração “torta”. Enfim, como identificar e como tratar um pênis “quebrado”?
Índice
“Pênis quebrado”: definição
O paciente geralmente descreve uma dor intensa, seguida do pênis em estado flácido, com alteração na cor e inchaço no local.
O diagnóstico médico é feito com base na ruptura dos corpos cavernosos após um trauma no pênis ereto. Mesmo que o pênis flácido também possa sofrer algumas lesões (durante a prática de esportes, por exemplo), não se considera esses problemas como “fraturas”.
Isso porque essas lesões não são da mesma natureza e também porque não é possível quebrar um pênis mole. O membro possui uma túnica albugínea relativamente grossa, que assim o protege de uma ruptura interna sob pressão.
Por outro lado, se o pênis estiver ereto, essa túnica fica mais fina, e os corpos cavernosos, cheios de sangue, podem ceder a uma forte pressão.
A maioria das fraturas do pênis é o resultado de um movimento errado durante o sexo, quando o pênis atinge o osso púbico ou o períneo da parceira. Muito raramente, a fratura ocorre durante a masturbação ou ao se virar na cama com o membro ereto.
Pênis tem osso, então? [Omenscast #36]
No nosso 36º episódio do Omenscast, o médico urologista João Brunhara vai abordar um assunto delicado, que preocupa muitos homens: é verdade que pode acontecer de o pênis quebrar? Mas como? Então o pênis tem osso? Fique à vontade para ouvir o nosso podcast: a transcrição do áudio você poderá encontrar aqui.
“Como saber se o meu pênis está quebrado”?
Geralmente o paciente diz ter escutado um estalido (um click!) no pênis ereto no momento da ruptura
A detumescência (retorno ao estado flácido) ocorre logo depois, seguida de inchaço, dor e deformação no pênis. No entanto, a intensidade da dor varia dependendo do paciente. Mas é mais o aspecto do pênis que pode parecer ruim.
Logo após a ruptura, o pênis pode parecer uma berinjela, tanto na forma quanto na cor.
Com um exame manual, às vezes o médico é capaz de detectar a área da fissura, apenas apalpando o hematoma.
Podem ser necessários outros exames, como uma ultrassonografia – ou ainda uma ressonância magnética, radiografia ou uretrocistografia. Isso para verificar se há lesões na uretra e para detalhar melhor o dano ocorrido.
Tratamento cirúrgico
O tratamento cirúrgico consiste em:
- evacuar o hematoma
- identificar a área da ruptura
- desobstruir os corpos cavernosos
- fechar as aberturas na túnica albugínea
- e religar todos os vasos danificados.
Complicações
Embora a cirurgia (e o atendimento médico imediato) reduza o risco de complicações da fratura, aproximadamente 6 a 25% dos pacientes operados apresentam alguma sequela a longo prazo.
As principais consequências relatadas são:
- uma curvatura no pênis
- dores nas relações sexuais
- ereções dolorosas
- disfunção erétil
- priapismo
- necrose
- estenose (estreitamento) uretral.
Conclusão
Antes de mais nada, é importante que o paciente procure atendimento médico urgentemente.
O exame médico e o tratamento cirúrgico imediato são recomendados em quase todos os casos. A cirurgia reduzirá o risco de complicações, embora ela não as elimine a longo prazo.
Recapitulando, os sintomas são:
- uma ruptura audível (estalo) no momento da lesão
- a detumescência do pênis
- inchaço
- dor (que pode ser mais ou menos intensa)
- e uma deformação no membro.
Outros sintomas raros, como sintomas urinários, por exemplo, exigem exames complementares para detectar possíveis danos à uretra.
Referências
- Revista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, vol.31, no.5, Rio de Janeiro, 2004. Leonardo de Souza Alves. Fratura de pênis.
- G. Ayumi Owada Borges. Pesquisa de disfunção erétil e outras complicações em pacientes com fratura de pênis em um serviço de urgência e emergência urológica.
- Revista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, vol.40, no.4, Rio de Janeiro, 2013. Fratura de pênis com trauma uretra.
Senti dor o artigo todo so de ler isso
Perdão, Jair, mas é um assunto incômodo mesmo