A acne é uma das condições de pele mais frequentes no Brasil. Afeta por volta de 2 milhões de brasileiros ao ano e é comum que apareça principalmente na adolescência – apesar disso, casos durante a fase adulta também acontecem. Alguns tipos de acne podem ser difíceis de tratar, principalmente se os tratamentos errados forem utilizados na pele. A consulta com um dermatologista é essencial para que a acne não gere cicatrizes permanentes e, mais do que isso, para que o paciente se sinta bem com a sua própria pele.
Índice
O que é a acne?
Antes de mais nada, é importante definirmos: a acne (ou acnis vulgaris, acne vulgar) é uma condição de pele em que o folículo piloso e as glândulas sebáceas da pele ficam obstruídas, iniciando um processo inflamatório. As áreas mais afetadas são o rosto, o tórax, ombros e costas.
O processo de obstrução e inflamação começa nas glândulas sebáceas que toda a pele tem. Elas produzem sebo, que por sua vez facilita o acúmulo de células mortas na abertura do folículo piloso. Isso gera cravos (ou comedões).
- Quando o bloqueio da abertura do folículo é total, existe uma ponta branca na superfície. A esse tipo de obstrução se dá o nome de comedão fechado (o cravo branco).
- Quando o bloqueio é parcial, existe uma ponta escurecida na superfície. A esse tipo de obstrução se dá o nome de comedão aberto (o cravo preto).
- Com o tempo, acontece o crescimento de bactérias no folículo obstruído, que gera então as temidas espinhas ou pústulas.
O que desencadeia a acne?
A acne é resultado de todo esse processo de obstrução e inflamação dos poros. Existem momentos em que nossa produção de sebo na pele é maior. Por isso, é mais fácil que a acne aconteça. Dentre os gatilhos mais comuns da acne podemos encontrar:
- A puberdade, onde a flutuação dos hormônios, principalmente a testosterona, pode aumentar a produção de sebo e, por isso, gerar mais cravos e espinhas;
- A gravidez, a Síndrome do ovário policístico, ou menstruação, também pelas flutuações hormonais;
- A aplicação de produtos cosméticos sobre a pele de forma inadequada, que podem levar a obstrução dos poros ou a uma maior produção do sebo;
- Alguns tipos de medicamentos, como corticosteróides ou esteroides anabolizantes;
- Muita umidade ou suor sobre a pele.
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Tipos de acne
A acne é classificada em diferentes graus dependendo da sua gravidade e também do tipo de obstrução que faz parte dela (comedões, pápulas, pústulas, nódulos e cistos). Apenas um dermatologista pode averiguar não só qual o grau de acne que está afetando o paciente, mas também se de fato é essa a condição que afeta a pele.
Se existe dúvida sobre o tipo de acne que está afetando a sua saúde, procure ajuda médica especializada e evite o autodiagnóstico e o autotratamento.
Acne grau 1 (ou comedogênica)
O primeiro estágio da acne, também chamada de comedogênica ou acne leve é quando existem muitos cravos (comedões) e pouca ou nenhuma inflamação dos folículos pilosos (espinhas). Esse tipo de acne não costuma deixar lesões permanentes ou cicatrizes, mas tentar retirar os cravos espremendo-os pode gerar uma inflamação e aumentar as chances de marcas posteriores. É comum que esse tipo de acne leve atinja mais o nariz, a pele ao redor da boca e o queixo.
Apesar de não ser preocupante, de um ponto de vista estético esse grau de acne pode incomodar. Então, procurar um dermatologista pode te ajudar a entender se existe alguma solução para a produção de sebo que gera os cravos ou para evitar que uma acne leve piore.
Acne grau 2 (ou papulosa)
Quando a acne progride e se torna mais inflamatória, surgem, além dos cravos, pontos avermelhados e elevados (que chamamos de pápulas) e também as espinhas, com a extremidade amarelada. Elas ocorrem depois que as bordas dos poros da pele sofrem com a inflamação. Já é o sinal de que se precisa consultar um dermatologista para resolução da acne.
Acne grau 3 (ou nodular)
A acne nodular, além de cravos, pústulas e pápulas, também apresenta nódulos. Esses nódulos são elevações arredondadas, que surgem quando os poros já irritados, obstruídos e inchados ficam ainda maiores. Os nódulos se formam em camadas mais profundas da pele e, nesses casos, são prescritos medicamentos orais para o tratamento. Aqui já é possível que existam cicatrizes quando a acne não é tratada adequadamente. Se torna essencial buscar ajuda médica o mais rápido possível para evitar lesões permanentes.
Acne grau 4 (ou conglobata)
Por fim, a acne mais grave é a de grau 4, também chamada de conglobata. Isso porque além de cravos, pústulas, pápulas e nódulos existe a formação de cistos. Esses cistos se formam na pele, quando a obstrução é ainda mais profunda e intensa que a dos nódulos. Além disso, é comum que sejam dolorosos e deixem cicatrizes, já que podem se romper. Essas cicatrizes podem ter formato puntiforme ou irregular e costumam ser permanentes.. Geralmente, quando os cistos aparecem é sinal de um grau de inflamação severo, portanto, consultar um dermatologista é essencial.
Pioderma facial ou Acne fulminante
Além dos quatro graus de acne existe também a acne fulminante, que não se enquadra na classificação anterior. A acne fulminante surge de repente e é mais rara do que os outros tipos de acne. Entre os fatores que podem desencadear essa condição estão o uso de isotretinoína, a ação da testosterona ou reações exageradas do sistema imunológico.
Nesse caso os sintomas são o aparecimento de nódulos com secreção na pele do rosto ou de outras partes do corpo, mas também pode acompanhar mal estar e dor nas articulações. Esse tipo de acne aparece com mais frequência na população masculina, principalmente em adolescentes.
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Por que saber o tipo de acne é importante?
Simples: porque, sem entender o tipo de acne, não é possível fazer o tratamento adequado da condição. Em alguns casos a medicação via oral é a melhor forma de lidar com a inflamação; em outros casos mais leves, a mudança de hábitos e tratamento com medicação tópica são capazes de solucionar o problema..
Além disso, precisam ser descartadas outras condições médicas, como a ação de hormônios, e outros problemas de pele que podem ser confundidos com a acne. O olhar diagnóstico de um dermatologista é necessário para iniciar o tratamento de forma adequada e o mais rápido possível.
Como é feito o diagnóstico?
Um dermatologista realiza o diagnóstico através do exame clínico de pele. O médico levará em conta não só a quantidade, mas também o tipo de obstrução e o histórico de saúde geral do paciente. Durante a consulta serão descartadas outras condições de pele como a rosácea, que pode ser confundida com a acne.
Existem outras condições que podem ser confundidas com acne?
Sim, é comum que as pessoas confundam muitas outras condições de pele com a acne. Dentre elas podemos citar:
- Rosácea
- Milium
- Hiperplasia Sebácea
- Foliculite
- Queratose Pilar
Essas e outras condições de pele podem levar ao aparecimento de nódulos, inflamação ou irritação da pele. Não é recomendável o autodiagnóstico, já que muitos desses problemas precisam de tratamento e acompanhamento médico.
Concluindo
A acne, apesar de ser um problema comum, pode se tornar uma condição séria e que deixa cicatrizes permanentes, principalmente se não receber os cuidados necessários. Por isso o acompanhamento com um dermatologista é essencial. Um diagnóstico preciso e precoce direciona o paciente para o tratamento correto e diminui as chances de sequelas permanentes na pele.
Referências
- Anais Brasileiros de Dermatologia, 86 (4 suppl. 1) – Agosto de 2011. Acne fulminans incapacitante.
- VII Encontro Internacional de Produção Científica – Ana P. Serra de Araújo, Daniela C. Delgado, Regiane Marçal. Acne: diferentes tipologias e formas de tratamento.
- Fabiane M. Brenner, Fernanda M. B. Rosas, Guilherme A. Gadens, Martha L. Sulzbach, Victor G. Carvalho, Vivian Tamashiro – Revista De Ciências Médicas, vol. 15, nº 3 (2006). Acne: um tratamento para cada paciente.