No sétimo episódio do Omenscast, o médico urologista João Brunhara falará sobre a pandemia de COVID-19, que continua afetando o Brasil, e as consequências do problema para a vida sexual dos brasileiros.
Seja bem-vindo ao blog da Omens e fique à vontade para ouvir o nosso podcast! A transcrição do áudio também está logo abaixo.
O ano é 2021 e você obviamente está preocupado com a pandemia. Afinal, a COVID-19 está no seu auge no Brasil, com milhares de mortos por dia, UTIs lotadas, vacinação incerta, efeitos desastrosos na economia, enfim… tudo que você já sabe. Mas você já parou para pensar nos efeitos que a pandemia está causando na vida sexual das pessoas? Hoje vou te contar o que já sabemos sobre isso
Olá, eu sou João Brunhara, médico urologista, e esse é o podcast da Omens sobre saúde sexual masculina.
Parece até meio supérfluo falar sobre sexo enquanto estamos vivendo um período tão crítico quanto esse atual…
Talvez seja mesmo, por um lado. Mas por outro, o sexo é um aspecto fundamental para o equilíbrio tanto da saúde física quanto mental. E agora já estamos com mais de 1 ano seguido de pandemia, ou seja… Temos que começar a olhar para as consequências crônicas e de longo prazo que vão surgindo por conta da COVID-19.
Impacto da pandemia
As pesquisas feitas até agora mostram que o impacto da pandemia e do próprio vírus sobre a sexualidade não são nem um pouco desprezíveis.
Logo no início da pandemia, alguns grupos de pesquisa já notaram uma queda na frequência das relações sexuais em países como Reino Unido, Itália e Turquia.
Esses efeitos teoricamente foram associados com o rigoroso lockdown que acontecia na época do estudo em boa parte dos países da Europa – bem, na Turquia existiam medidas de restrição, mas menos intensas que nos outros.
Também entram outros fatores como estresse e preocupação causados pela pandemia, coisas que, todos sabemos, afetam o desejo sexual.
Como era de se imaginar, casais morando na mesma casa tiveram um impacto bem menor do que pessoas solteiras. Um dado curioso que os pesquisadores turcos encontraram foi que entre os casais, alguns acabaram tentando evitar o cônjuge durante o dia a dia, e isso acabou afetando ainda mais a vida sexual dessas pessoas. Por outro lado, casais que optaram por conviver juntos mais horas durante o dia, tiveram também uma satisfação sexual maior.
Além disso, foram as mulheres que tiveram maior probabilidade de sofrer com estresse, ansiedade e insatisfação na vida sexual por causa da pandemia – ainda que esse efeito também tenha aparecido entre os homens, mas em menor magnitude. Em especial, as mulheres solteiras foram as que mais se prejudicaram nesse sentido.
Mas não são só as mulheres que vêm sofrendo os efeitos da COVID-19 na vida sexual.
O que dizem as pesquisas
Numa pesquisa feita pelo Datafolha com mais de 1800 homens no Brasil – em um período em que as restrições de isolamento social não eram tão severas –, mais de 30% dos homens solteiros relataram piora na satisfação com a vida sexual.
Por outro lado, essa pesquisa do Datafolha mostrou um dado curioso no nosso país: entre os homens casados, 66% relataram alguma melhora da sua vida sexual no período da pandemia, possivelmente porque passaram a ter mais tempo para passar na companhia da sua parceira ou parceiro.
E, se você estiver se perguntando sobre como foi esse impacto na população LGBT, calma que também teve gente que estudou o tema:
Pesquisadores da Fiocruz fizeram uma pesquisa online com mais de 3 mil participantes, entre homens gays, bis e pessoas de gênero não binário. No estudo deles, o impacto foi tão significativo, que quase 30% dos participantes disseram que a vida sexual foi o aspecto mais afetado negativamente dentre todas as características da vida pessoal… Perdendo apenas para o prejuízo financeiro, que foi apontado por 40% como a principal mudança da pandemia.
Tudo isso que nós falamos diz respeito a efeitos comportamentais e psicológicos de todo mundo na pandemia, e não especificamente de quem realmente pegou COVID.
Disfunção erétil?
Mas os problemas não param apenas na mudança de hábitos. Um estudo recém publicado na Itália mostrou que homens que tiveram a infecção pelo Coronavírus (e se curaram, voltaram para casa, etc ) apresentam um risco 6 vezes maior de ter disfunção erétil: a impotência sexual. A principal explicação está nos danos que a doença provoca na circulação sanguínea em todo o corpo e no revestimento interno das artérias, chamado de endotélio. E a ereção depende totalmente de um bom fluxo de sangue para encher o pênis.
Com isso, os homens têm agora um novo estímulo para seguir as medidas de isolamento social, usar máscara e esperar pela vacina.
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Vejo você lá!
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