O homem tem uma fase semelhante à menopausa? Essa ideia é bastante confusa e possui alguns equívocos, por isso vamos abordar o assunto hoje: pois na verdade não devemos confundir a “andropausa” do homem com a menopausa do sexo feminino.
No entanto, o sexo masculino também passa por alterações hormonais em um certo momento da vida: por que, então, dizemos que é errado comparar essa deficiência hormonal no homem com a menopausa? Enfim, vamos esclarecer a você tudo sobre essa fase da vida masculina, caracterizada por uma queda na produção de hormônios androgênicos.
Índice
Andropausa e menopausa são a mesma coisa? Podemos dizer que o homem tem uma menopausa?
Para muitos, a andropausa é na verdade apenas um mito! Nós explicamos…
Durante esse período chamado de “andropausa”, o homem pode observar mudanças físicas, psicológicas e comportamentais devido a alterações hormonais.
No entanto, ao contrário das mulheres (que, durante a menopausa, vão parando gradualmente a sua produção de progesterona e estrogênio), os homens nunca param completamente de produzir hormônios.
Portanto, não há propriamente uma “pausa”. É por isso que os médicos preferem falar em uma Deficiência Androgênica do Envelhecimento Masculino (DAEM).
“Andropausa” ou deficiência androgênica: em que idade ocorre essa queda no hormônio masculino?
Essa deficiência androgênica afeta 30% dos homens acima de 50 anos de idade. Esse período tem como característica a redução de testosterona, o hormônio responsável pelas características masculinas.
Aos 40 anos, o número de células de Leydig (responsáveis pela produção de testosterona) cai lentamente, assim como a sua capacidade de produzir testosterona. As consequências dessa queda nos níveis de testosterona são:
- mais cansaço físico e mental;
- problemas sexuais – de ereção, mas também de libido, com a impressão de um “desempenho sexual” inferior ao usual;
- perturbações do sono;
- falta de entusiasmo com o cotidiano e leve sensação de depressão;
- dores incomuns nas articulações (costas, membros inferiores, cotovelos, joelhos);
- redução do crescimento de pêlos e declínio de capacidades intelectuais como a memória, a concentração e a atenção.
Apesar de ser importante conhecer todos esses sintomas, saiba que eles não afetam todos os homens da mesma forma.
Tudo sobre testosterona baixa [Omenscast #8]
No oitavo episódio do Omenscast, o médico urologista João Brunhara abordará um problema bastante comum que é a testosterona baixa. Ele apresentará as possíveis causas, tratamentos e falará sobre alguns mitos e verdades em torno do assunto. A transcrição do áudio você poderá encontrar aqui.
Como reconhecer a DAEM (Deficiência Androgênica do Envelhecimento Masculino)?
Quando suspeitar de que pode ser “andropausa”? Bem, os sintomas dessa deficiência hormonal são às vezes semelhantes aos da depressão, podendo tornar a DAEM difícil de detectar.
A melhor maneira é, portanto, realizar um teste hormonal e analisar o nível de testosterona no sangue.
Recomendamos esse tipo de exame em caso de problemas de ereção, que geralmente ocorrem por volta dos 50 anos de idade – principalmente se associadas a uma queda no desejo sexual (libido). Ainda assim, os homens mais jovens também podem fazer exames em caso de problemas de libido.
O teste pode indicar queda ou alteração na produção de hormônios.
Podemos analisar os níveis de testosterona?
Sim, é possível: apenas sob prescrição e acompanhamento médico.
Recomenda-se examinar o nível de testosterona quando os sintomas de fadiga, desânimo, mau humor ou problemas sexuais são inexplicáveis.
Uma testosterona com valor total inferior a 300 ng/dl é indicativo de hipogonadismo, ou seja, deficiência de testosterona.
Além disso, o consumo excessivo de álcool ou o ganho de peso com acúmulo de gordura abdominal também podem prejudicar o funcionamento adequado da testosterona. Isso resulta em um aumento na produção de estrogênio (hormônio feminino) e uma queda na testosterona.
Mas uma testosterona baixa não implica necessariamente na andropausa. Para se considerar a reposição de testosterona, essa diminuição ou baixo nível devem estar relacionados aos sintomas: problemas sexuais, fadiga, qualidade de vida reduzida, etc.
Alguns casos excepcionais
Casos de andropausa precoce (antes dos 40 anos) também são possíveis, embora raros. Podem existir razões congênitas ou às vezes inexplicáveis do ponto de vista médico.
Além disso, certos procedimentos cirúrgicos ou tratamentos radicais (como para câncer de testículo, adenoma hipofisário…) podem causar uma queda nos níveis de testosterona, que, então, podem ser repostos.
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Quais os tratamentos para a DAEM?
As recomendações internacionais enfatizam que se deve considerar o tratamento quando os níveis de testosterona estiverem constantemente baixos (ou seja, não somente em um único exame de sangue) e os sintomas do paciente não podem ser explicados por outras doenças.
Na maioria das vezes, o tratamento se baseia na reposição de hormônios androgênicos. A reposição pode ser feita por:
- cápsulas por via oral;
- injeções intramusculares;
- ou cremes para aplicação na pele – além disso, há os adesivos cutâneos de testosterona.
Cada método tem suas próprias vantagens e desvantagens, mas a eficácia é geralmente idêntica; por isso, a escolha do tratamento é feita de acordo com as preferências do paciente e as recomendações do médico.
Há ainda a opção de aplicar mudanças no estilo de vida e utilizar de medicamentos que estimulem a produção de testosterona pelo corpo. Esses métodos são vantajosos principalmente para homens que ainda desejam ter filhos, pois o uso direto de testosterona pode prejudicar a fertilidade.
Queda da testosterona, andropausa e ereção [Vídeo]
O envelhecimento humano traz várias mudanças… Para o homem, uma das mais citadas é a andropausa: mas ela existe mesmo? O que é e quais são os sintomas da andropausa? E os outros fatores relacionados ao envelhecimento, como uma testosterona baixa e problemas de ereção (disfunção erétil)?
Nesse vídeo, o Dr. João Brunhara explica melhor algumas dessas questões, para que nós todos tenhamos um envelhecimento saudável!
Contraindicações à reposição de hormônios androgênicos
Existem algumas contraindicações oficiais para a terapia de reposição:
- o câncer de próstata ativo;
- câncer de mama;
- distúrbios metabólicos (dislipidemia descontrolada, hipercalcemia, excesso de glóbulos vermelhos ou de ferro no sangue);
- coagulação excessiva;
- intolerância a produtos androgênicos;
- doenças cardíacas descontroladas.
Há algum risco nos tratamentos para a DAEM?
Se a indicação de tratamento possuir bons parâmetros e as contraindicações forem respeitadas, a reposição hormonal não deve apresentar riscos. Além disso, o paciente precisa ser monitorado com regularidade (é importante o acompanhamento médico durante todo o tratamento!).
Os riscos a longo prazo da terapia de reposição permanecem incertos, sobretudo os riscos cardiovasculares e relacionados à próstata. Sobre esse assunto, as opiniões dos médicos ainda diferem e são necessários mais estudos para esclarecer alguns pontos.
O que tudo indica é que a terapia de reposição de testosterona, baseada em um diagnóstico bem fundamentado, junto de um monitoramento de perto, parece ser benéfica de modo geral.
Em outras situações, o tratamento poderia apresentar riscos.
Não está estabelecido que níveis normais ou altos de testosterona causem maior risco de câncer de próstata do que níveis ao redor de 150 ou 200 ng/dl. Até hoje, a evidência acumulada mostrou que esse risco não aumenta com a reposição hormonal. O que sabemos é que, para quem tem câncer de próstata com metástases, baixar a testosterona radicalmente para abaixo de 30 pode ajudar no controle, mas uma situação não tem ligação direta com a outra.
Por fim, um estudo recente – de coautoria do urologista João Brunhara – mostrou que a deficiência de testosterona (e não o tratamento) é que pode até ser um fator de risco para um câncer mais grave.
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“O homem tem menopausa?”: conclusão sobre os tratamentos da andropausa
Vamos concluir esse assunto da seguinte forma: até que os riscos e benefícios a longo prazo da reposição de testosterona sejam comprovados, os pacientes mais velhos não devem se submeter ao tratamento apenas pela simples razão de possuírem uma carência de testosterona.
No entanto, deve-se discutir a reposição com um especialista quando o paciente apresentar sintomas comprovadamente associados a uma deficiência de testosterona:
- ereção matinal fraca ou ausente;
- problemas de libido;
- disfunção erétil;
- depressão, osteoporose, desânimo geral, etc.
Os pacientes com risco cardiovascular, cardíaco ou na próstata não devem receber tratamento.