O que é próstata? A próstata é uma glândula do tamanho de uma castanha, que se encontra abaixo da bexiga. Ela está no centro do sistema urinário e sexual.
Índice
Para que serve a próstata? Qual é a função dela no organismo?
A próstata tem um papel importante no controle urinário, na reprodução e na atividade sexual. Ela é responsável pela produção do líquido prostático, que compõe cerca de 30% do esperma. Ela envolve o trato urinário e, por isso, influencia no controle da urina. Por fim, os músculos da próstata (e alguns outros) desempenham um papel direto no momento da ejaculação.
Onde fica a próstata?
A próstata está localizada sob a bexiga, em frente ao reto. É uma pequena glândula, do tamanho de uma noz, que envolve a uretra (canal através do qual liberamos a urina e o sêmen).
Prostatite ou próstata inflamada [Omenscast #38]
No nosso 38º episódio do Omenscast, o médico urologista João Brunhara vai apresentar todos os detalhes da prostatite, ou seja, da próstata inflamada: sintomas, causas e remédios. A transcrição do áudio você poderá encontrar aqui.
Hiperplasia Prostática Benigna (HPB)
Conforme a idade, a próstata tende a aumentar de tamanho (a partir dos 40 anos de idade): conhecemos esse problema como hiperplasia prostática ou próstata aumentada. Em alguns homens, o aumento no tamanho da próstata não traz nenhum problema. Em outros casos, quando a próstata fica muito grande, ela estreita o trato urinário e dificulta o esvaziamento da bexiga.
Próstata aumentada: causas, sintomas e diagnóstico
Não conhecemos a causa fisiológica do inchaço da próstata, sabemos apenas que está relacionada ao envelhecimento e que é mais acelerada em pessoas com hipertensão, diabetes e obesidade.
Dentre os sintomas, podemos citar: dificuldade para urinar, jato de urina com força reduzida e gotas “atrasadas” após a micção. A necessidade de urinar é mais frequente e, às vezes, muito urgente.
Hiperplasia prostática benigna: consequências
Homens com HPB podem apresentar um aumento nas infecções do trato urinário. Isso porque, em uma bexiga que não é esvaziada adequadamente, as bactérias podem crescer com mais facilidade.
Há também risco de retenção urinária aguda: a incapacidade de urinar devido à uma obstrução total da uretra. A fim de esvaziar a bexiga, uma intervenção de emergência é necessária, por meio de um cateter.
Além disso, outra consequência possível é o desenvolvimento de pedras na bexiga. Elas são, na verdade, depósitos minerais que podem causar infecções e irritações na bexiga.
A HPB (ou adenoma da próstata) também pode causar uma redução no tônus da bexiga, tornando as contrações dela menos eficientes.
Por fim, as retenções parciais de urina e as frequentes infecções urinárias podem causar danos aos rins.
Doenças da próstata e efeitos na ereção [Vídeo]
As doenças da próstata têm uma relação (seja direta ou indireta) com a disfunção erétil e cada situação requer um tratamento diferente. Pode ser uma doença benigna ou um câncer de próstata, pode haver de uma forma ou de outra associações a problemas de ereção – e até mesmo problemas de ejaculação precoce, ejaculação retrógrada ou perda de libido. A relação pode se dar até por conta de medicamentos para hiperplasia da próstata.
Hiperplasia prostática benigna: soluções e tratamentos
Existem 2 maneiras de se tratar a hiperplasia prostática benigna: com tratamentos medicamentosos e tratamentos cirúrgicos.
Tratamentos medicamentosos
Para esses tratamentos, há três tipos principais de medicamentos: alfa bloqueadores, inibidores da 5-alfa-redutase e inibidores da 5- fosfodiesterase.
Em primeiro lugar, os medicamentos baseados em extratos de plantas possuem ação anti-inflamatória sobre o adenoma. Os alfa bloqueadores relaxam os músculos da bexiga, possibilitando que ela se esvazie com mais facilidade. Os efeitos são sentidos após poucos dias de tratamento.
Em segundo lugar, os inibidores da 5-alfarredutase atuam nos hormônios. Seus efeitos atingem o pico depois de 3 a 6 meses. Pode-se observar uma diminuição no volume da próstata de mais ou menos 25-30%. Esses medicamentos, por outro lado, causam problemas de ereção ou de libido em até 10% dos casos.
Em terceiro lugar, os inibidores da 5-fosfodiesterase de uso contínuo, como o tadalafil (inicialmente desenvolvidos para tratar a disfunção erétil), também possuem efeito sobre a HPB, melhorando o fluxo urinário. Essa descoberta sobre os efeitos no trato urinário foi incidental, mas muito oportuna. São uma excelente opção para pacientes que possuem ambos problemas: disfunção erétil combinada com HPB.
Atualmente, o tratamento geralmente prescrito é uma combinação de dois tipos de medicação. Assim se obtém os melhores resultados, eliminando rapidamente os sintomas urinários e reduzindo o volume da próstata em poucos meses.
Tratamentos cirúrgicos
Existem 3 tipos de intervenções cirúrgicas para o tratamento da HPB.
A primeira operação é a ressecção transuretral da próstata: um procedimento endoscópico com o intuito de remover parte do tecido da próstata. Os pequenos fragmentos retirados são recolhidos para análise e o canal uretral é restaurado.
Realizamos essa operação por meio de uma endoscopia, ou seja, utilizando uma microcâmera e um instrumento de ressecção introduzidos através da uretra.
É a cirurgia mais utilizada e muito eficaz. Depois desse procedimento, no entanto, 80% dos pacientes experimentam uma ejaculação retrógrada. O corpo não expele mais o esperma através da uretra; em vez disso, ele vai para a bexiga.
A segunda opção é a cirurgia transuretral com auxílio de lasers. Também é um procedimento endoscópico, sem cortes. Mas, em vez de energia elétrica para cauterizar a próstata, utilizamos lasers, tendo como opções o laser Holmium ou o Green Light. Geralmente estão associados a um menor sangramento e menos tempo de internação, mas só estão disponíveis em centros especializados e são realizados por cirurgiões com treinamento específico para a técnica.
Em casos em que a próstata é grande demais, pode ser necessário recorrer a cirurgias que envolvem incisões no abdome para remover uma parte da próstata. Pode-se realizar esses procedimentos por cirurgia aberta (uma incisão grande no abdome), laparoscopia (através de pequenas incisões no abdome) ou por via robótica (uma evolução da via laparoscópica, incorporando instrumentos robóticos ao método).
Tratam-se de procedimentos de porte maior, justificados apenas para próstatas maiores, mas ainda assim seguros se realizados por profissionais experientes. Possuem o mesmo inconveniente de causar ejaculação retrógrada.
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Prostatite
A prostatite é uma inflamação da próstata. Existem dois tipos: a prostatite aguda e a crônica. A prostatite aguda possui, na maioria das vezes, origem bacteriana. Por outro lado, a prostatite crônica muitas vezes ocorre na ausência de bactérias, trazendo apenas inflamação e sintomas urinários e pélvicos crônicos e reincidentes.
Falamos em prostatite crônica quando a inflamação se desenvolve lentamente, tendendo a reaparecer. Mas ela também pode se desenvolver rapidamente, resultando na prostatite bacteriana aguda. As prostatites agudas podem ser sexualmente transmissíveis.
Prostatite: causas, sintomas e diagnóstico
Não conhecemos muito bem a causa da prostatite. Na maioria das vezes, a causa é bacteriana, mas nem sempre é esse o caso.
A prostatite causa dores pélvicas, principalmente no pênis, no períneo e nos testículos. Os sintomas também incluem: vontade urgente de urinar e dor durante a micção. Também podem ocorrer dificuldades (ou mesmo dores) na ereção e na ejaculação.
No caso de prostatite aguda, os sintomas são mais acentuados (febre e sintomas urinários muito graves). Um exame de urina geralmente revela as bactérias presentes. O diagnóstico da prostatite crônica ainda não é tão claro.
Prostatite: consequências
A prostatite pode levar à retenção de urina e à necessidade de um cateter a fim de esvaziar a bexiga.
Também pode haver formação de abscesso na próstata.
Por fim, a prostatite bacteriana pode estender a infecção para o resto do sistema urinário (bexiga e rins) ou mesmo causar um choque séptico se a bactéria migrar para o sangue do paciente.
Prostatite: soluções e tratamentos
As prostatites de origem bacteriana são tratadas com antibióticos. Em todo caso, deve-se realizar o tratamento rapidamente a fim de evitar complicações.
Para prostatites agudas, o tratamento antibiótico é administrado por via intravenosa (durante a hospitalização) nos primeiros dias. Depois disso, continua-se o tratamento oralmente de acordo com a dosagem prescrita.
Como a prostatite é, em parte, uma consequência do envelhecimento, ela nem sempre desaparece completamente. Mas tentamos tratar os sintomas da melhor forma possível.
Câncer de próstata
O câncer de próstata é o câncer mais comum em homens, com milhões de novos casos todo ano.
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Câncer de próstata e Ereção
Câncer de próstata: causas, sintomas e diagnóstico
O câncer de próstata é o que chamamos de uma doença silenciosa. Isso porque é um câncer que evolui muito lentamente e, quando os primeiros sintomas aparecem, já é tarde demais.
É por isso que os médicos recomendam um exame de próstata a partir dos 50 anos de idade, que consiste no exame de toque retal e no teste de PSA. PSA é uma enzima produzida apenas pela próstata. Quando seus níveis estão fora do padrão, isso indica que há uma anormalidade na próstata. No entanto, isso não significa que seja um câncer.
Muitos recomendam um primeiro teste aos 50 anos de idade. Se o PSA for inferior a 1, é um sinal muito bom, o risco é considerado bastante baixo. Se os níveis indicarem um valor superior a 1, entretanto, recomenda-se um acompanhamento médico regular (uma vez por ano). Isso porque o risco de se desenvolver problemas na próstata (câncer ou outros) aumenta.
Câncer de próstata: consequências
O câncer de próstata é geralmente assintomático. Se não for detectado a tempo, o câncer pode se desenvolver fora da próstata e afetar outros órgãos; por isso, é importante ficar atento ao diagnóstico.
Câncer de próstata: soluções e tratamentos
À exceção de alguns casos particularmente rápidos, normalmente o câncer de próstata avança com bastante lentidão. O câncer de próstata atinge um número grande de homens com mais de 60 anos de idade. Como a doença evolui muito lentamente, a maioria deles não vão morrer do câncer, mas de outra causa. Portanto, não é obrigatório tratar todos os casos de câncer de próstata.
O tratamento tem efeitos colaterais significativos, que justificam não tratar 100% dos casos.
Os diferentes tratamentos
Os principais tratamentos para o câncer de próstata são: cirurgia, radioterapia externa, braquiterapia, terapia hormonal e vigilância ativa.
A escolha entre os diferentes tratamentos é pautada pelas características do câncer, principalmente: tamanho e agressividade do tumor, o PSA, se há ou não gânglios linfáticos acometidos e se há ou não metástases em outras partes do corpo.
Cirurgias e radioterapias
As intervenções cirúrgicas têm como objetivo a remoção da próstata e, em alguns casos, também dos gânglios linfáticos, adequadas para cânceres que não geraram metástases. Destaca-se a cirurgia robótica como um grande avanço recente para a cirurgia de câncer de próstata, trazendo resultados seguros e com excelente recuperação da potência e da continência.
A radioterapia externa utiliza a radiação para destruir as células cancerígenas, impedindo que elas se multipliquem. A depender do caso, a radioterapia pode ser realizada como tratamento único ou associada à terapia hormonal. Às vezes, também é utilizada como complemento à cirurgia.
A braquiterapia também é um tratamento por radiação, mas interno. São implantadas fontes radioativas próximo das células cancerígenas a fim de destruí-las.
Os hormônios masculinos estimulam o avanço do câncer de próstata. A terapia hormonal tem por fim neutralizar o efeito desses hormônios. Mas ela não deve ser usada como tratamento isolado para um câncer localizado. A hormonioterapia tem sua indicação como complemento da radioterapia ou da cirurgia, ou também como tratamento da doença com metástases.
Outros tratamentos
A vigilância ativa é apropriada para cânceres de evolução lenta, que não estão em um estágio de desenvolvimento muito avançado. Devido à progressão lenta da doença e ao desconforto significativo que pode provocar o tratamento, às vezes é preferível esperar para começar a tratar.
Enfim, no caso de câncer com metástase, ou se inicia com a terapia hormonal, podendo associá-la a algum tipo de quimioterapia, ou se realiza a quimioterapia após a falha da terapia hormonal.
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Prostatectomia: tipos e consequências
Caso o câncer de próstata esteja em estado avançado, pode ser necessário remover a próstata do paciente para conseguir a cura. Chamamos essa remoção da próstata de prostatectomia.
Como funciona a prostatectomia
Pode se realizar a prostatectomia de duas formas:
A primeira possibilidade é a retropúbica, uma cirurgia aberta, que é realizada através da abertura do abdômen acima do púbis.
A segunda possibilidade é a prostatectomia laparoscópica, incluindo também uma modalidade especial da laparoscopia que é a robótica. Essa técnica possibilita a cirurgia apenas com incisões muito pequenas no abdômen. O cirurgião opera com uma câmera (conectado a uma tela externa) e com equipamentos cirúrgicos. Nesse tipo de intervenção, o médico também pode operar com a ajuda de um robô, controlando os instrumentos com maior acuidade e precisão.
Os resultados dessas cirurgias no quesito de combate ao câncer são semelhantes. Porém, as modalidades laparoscópicas possuem menor sangramento e recuperação mais rápida. Além disso, a modalidade robótica, por sua grande precisão, oferece possibilidades maiores de preservar os nervos da ereção e da continência e, assim, conta com menos efeitos colaterais de longo prazo.
Efeitos colaterais da prostatectomia
A prostatectomia pode ter 2 principais efeitos colaterais: incontinência e disfunção erétil.
A incontinência urinária é mais rara, afetando de 10 a 15% dos casos. O problema tende a ser transitório e melhorar com o tempo, permanecendo a longo prazo em aproximadamente 3 a 5% dos casos.
A prostatectomia causa, com bastante frequência, problemas de ereção. Mas é importante destacar que cerca de 50% dos homens com câncer não submetidos à cirurgia também sofrem de impotência previamente à cirurgia.
Pode levar até 2 anos após a operação para que o paciente recupere sua potência sexual. Essa recuperação será muito melhor caso o paciente já tenha uma vida sexual regular antes da operação.
Os tratamentos para a disfunção erétil são feitos inicialmente por medicamentos por via oral, podendo se utilizar de medicamentos injetáveis ou bombas a vácuo a depender dos resultados e necessidades individuais de reabilitação.
Próstata e problemas de ereção
Como dissemos anteriormente, a próstata está no centro do sistema urinário e sexual. As disfunções ou infecções da próstata podem, portanto, repercutir na vida sexual do paciente. No entanto, além do aspecto puramente físico, os problemas de ereção ligados à próstata possuem, muitas vezes, múltiplos fatores. O desconforto ocasional na região pélvica muitas vezes causa um impacto psicológico nos homens, que acabam perdendo a qualidade da sua ereção, mas sem realmente uma causa física.
Para evitar esse tipo de inconveniente, é possível adotar medicações que ajudam no tratamento de problemas de ereção.
Referências
- Revista Saúde e Pesquisa v. 2 n. 3 (2009): set./dez., Thiarles Cristian Tonon e João Paulo Schoffen. Câncer de Próstata: Uma Revisão da Literatura.
- Revista de Medicina, 87(3), 166-177, M. Srougi, L. Ribeiro, A. Piovesan, J. Colombo e A. Nesrallah. (2008). Doenças da próstata.
- Revista Biomédica Vol. 18, Núm. 1 (2007), Maya Rodríguez-López, Ileana Baluja-Conde, Senia Bermúdez-Velásquez. Patologias benignas da próstata.
Tenho HPB, disfunção erétil, PSA alterado. 73 anos.