A sexualidade e o prazer humano são assuntos intrigantes e que despertam discussões acirradas, até mesmo para quem pesquisa a área. Quando se fala em ponto G, novas descobertas são feitas com certa frequência e, portanto, é necessário se atualizar sobre o assunto. E as discussões são variadas: vão desde a existência ou não do tão famoso ponto G até mesmo sua localização e de quais zonas é composto.
A informação pode te ajudar a entender mais sua própria sexualidade bem como melhorar a sua performance na hora H. Então, continue acompanhando e descubra o que as pesquisas mais recentes dizem sobre o ponto G na mulher:
Índice
O que é o ponto G?
O ponto G seria uma zona erógena do corpo feminino, localizada na parede interna da vagina. Esse suposto ponto de prazer foi mapeado pela primeira vez em 1950. No entanto, já existiam menções a um ponto de prazer no interior da vagina no século 11 na Índia. O nome “ponto G” foi escolhido em homenagem ao obstetra que o observou.
E, de fato, o obstetra Ernst Gräfenberg não estava de todo errado. Existem terminações nervosas e pequenos vasos sanguíneos nas paredes internas da vagina. Segundo as primeiras pesquisas a respeito do ponto G, seriam esses os responsáveis pelo prazer intenso ao tocar na região.
Ainda assim, parecia necessário estipular uma localização exata do ponto G. As investigações continuaram e, durante uma pesquisa realizada em 2008, observou-se que mulheres que possuíam um tecido mais grosso entre a uretra e a vagina conseguiam o orgasmo através do estímulo intravaginal.
Então, ele existe?
Então, isso quer dizer que o ponto G feminino existe, não é?
Bem, de certa forma, o ponto G em si não existe, mesmo que o orgamos ao estimular certo ponto no interior da vagina possa levar ao orgasmo. Vamos entender isso aos poucos:
O nome “ponto G” dá a entender que existe um ponto só, uma espécie de botão, que qualquer pessoa tem, e que basta ser clicado para ativar um orgasmo. Definitivamente, não é assim que funciona essa zona erógena e não é assim que devemos imaginá-la.
Antes de mais nada, segundo uma pesquisa para entender melhor a anatomia do ponto G, não existe nenhum “botão” ou estrutura esponjosa ou erétil na parte interior da vagina. Em pesquisas recentes, o debate se estende para teorias de que o ponto G não é um ponto apenas, mas 5 zonas que convergem um pouco acima no canal vaginal.
Outras pesquisas demonstram que, quando existe algum prazer a mais, além da sensibilidade da área, ele é provocado pela continuação do clitóris. Isso porque ele se estende para dentro do corpo e parte dele pode ser acessada através do revestimento interno da vagina.
Ou seja, o ponto G feminino não é um botão e nem é apenas um local a ser estimulado. Quando existe prazer ao estimular a área, ele provém do clitóris ou sensibilidade normal dessa zona do corpo humano.
Prazer, sexo oral e penetração [Omenscast #42]
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O prazer do ponto G
Ao entender que o ponto G não é um botão do prazer, podemos começar a compreender como é o prazer que essa área permite e por qual razão ela é tão comentada.
Imagine só existir um ponto a ser tocado que leve a prazer instantâneo? Isso torna muito simples uma boa performance sexual, correto?
Na realidade, as coisas não são tão 8 e 80 como nos fazem pensar.
Existem pessoas com vagina que não sentem prazer durante a penetração e preferem o estímulo no clitóris. Existem outras pessoas que preferem a penetração. Além disso, o corpo e o desejo não se resumem a estímulos físicos ou apenas nos órgãos genitais. Existem zonas erógenas que podem tornar a performance muito mais interessante do que o toque no clitóris ou na vagina.
Os corpos estão cheios de “pontos G” e experimentam o prazer de diversas formas. Tentar seguir um tutorial para usar sempre pode levar a monotonia e ao erro.
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Localização do “ponto G”
Mas voltando ao nosso assunto principal: então, não existe um ponto G feminino popularmente conhecido, mas existe um local de prazer a ser estimulado. Como localizá-lo? Ele é formado apenas da continuação do clitóris ou existem outros órgãos responsáveis?
Para sermos mais claros, a área da qual estamos nos referindo como “o ponto G” é aquela na parte interna da vagina, entre a uretra e o canal vaginal. Ali, os tecidos internos da vagina possuem terminações nervosas e sensibilidade que podem por si só causar prazer durante a penetração. Além disso, o clitóris se estende para dentro do corpo e pode ser estimulado através dos tecidos internos da vagina.
Recentemente, uma equipe de pesquisadores sob liderança do médico Irwin Goldstein, editor-chefe da revista Sexual Medicine Reviews, mapearam a região e descobriram que existem 5 tipos de tecidos diferentes que convergem no “ponto G”. Supostamente, elas também contribuem e muito para o prazer gerado pelo estímulo na região.
5 zonas que formam o ponto G
Já entendemos que o nome “ponto G” é completamente inadequado. Mesmo que na parte interna da vagina existam pontos de prazer, o nome pode levar a entender a existência de um órgão ou botão que leva ao orgasmo instantâneo. Uma pesquisa demonstrou que existem algumas outras partes do corpo envolvidas no prazer ao estimular essa zona:
- os corpos cavernosos que são continuação do clitóris;
- os bulbos do vestíbulo;
- as glândulas periuretrais;
- a uretra;
- o tecido que reveste internamente a vagina.
Todos esses pontos são responsáveis por tornar essa zona sensível e prazerosa. Mas é importante lembrar que nem todo corpo é igual e variações de sensibilidade podem aumentar ou diminuir o prazer ao estimular o local.
Todo mundo tem ponto G?
Considerando o ponto G como uma zona erógena que depende da sensibilidade dos tecidos vaginais, é importante lembrar que nem todo mundo experimenta o orgasmo através dele. Não só porque os tecidos da vagina podem variar de sensibilidade, mas também porque existem mulheres que preferem o estímulo em outros locais, como o clitóris, e não sentem tanto prazer na penetração.
E não há absolutamente nada de errado nisso. Os corpos são diferentes e respondem a estímulos sexuais de maneira diferente. Exatamente por isso não existe um tutorial para agradar a todos na hora H. É importante experimentar com a própria sexualidade e entender a intimidade da sua parceira.
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Como estimular
Agora que entendemos que o ponto G na mulher é uma zona erógena que envolve diversos tecidos e que pode ser mais sensível ou não, vamos entender como estimular e utilizá-la para melhorar a performance sexual.
É possível “encontrar” a área de ponto G inserindo os dedos na vagina. O ideal é utilizar movimentos circulares para estimular a área suavemente. Você também pode utilizar sex toys e vibradores. Aqueles com uma leve curvatura na ponta se adaptam melhor a região.
A única forma de atingir o ponto G é através da penetração?
A área que chamamos popularmente de ponto G está localizada na parte interna da vagina. Portanto, sim, ela só pode ser estimulada através da penetração. Mas é importante lembrarmos que existem outras formas de atingir o orgasmo sem tocar especificamente nessa área. É possível estimular o clitóris, investir em preliminares que explorem as outras regiões do corpo, entre outras formas de dar e receber prazer.
Então, caso a penetração não seja a forma preferida de experimentar a sexualidade, não há problema algum. Muitas vezes damos uma importância exacerbada ao “ponto G” porque ainda se tem em mente que ele é um órgão ou um botão a ser clicado para o orgasmo – quando, na realidade, é apenas mais uma zona erógena do corpo.
Posições para estimular o ponto G
Existem diversas posições que podem ajudar a estimular a área do ponto G. O ideal é que os movimentos durante a penetração sejam lentos. A posição de bruços pode ajudar a alcançar com facilidade a parte superior interna da vagina na penetração. Além disso, posições de lado também facilitam o alcance dessa zona erógena.
Porém, lembre-se: se a pessoa não está confortável com alguma posição ou mesmo com a penetração, o ideal é experimentar outras formas de prazer e outras áreas sensíveis do corpo.
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Conclusão
O corpo possibilita diversas formas de sentir prazer. Dentre elas, a área interna da vagina pode ser uma dessas formas de levar a parceira até o orgasmo. Porém, para o ponto G como é popularmente visto não existe comprovação científica. Na realidade, cada vez mais pesquisadores entram em consenso de que o “ponto G” nada mais é do que uma área em que diversos tecidos nervosos convergem. Assim, esse local se torna mais sensível.
Além disso, nem todo corpo responde da mesma forma aos estímulos através da penetração, então não existe um tutorial a se seguir. O melhor é experimentar junto com sua parceira para entender melhor como dar e receber prazer em conjunto!
Referências
- The Journal of Sexual Medicine vol. 14, edição 12 (dezembro de 2017), p. 1524-1532. O “ponto G” não é um estrutura evidente na dissecção anatômica macroscópica da parede vaginal (em inglês).
- Huffpost – MyHealthNewsDaily. “Sem dúvida nenhuma, o ponto G não existe”, dizem os pesquisadores (em inglês).
- Lábios livres. Como achar o Ponto G.
Muito legal a matéria, ela é enriquecedora e muito clara no que diz respeito ao assunto. Gostei.