O surgimento de miomas uterinos pode estar relacionado ao nível elevado de testosterona no organismo, segundo pesquisa divulgada no Journal of Clinical Endocrinology and Metabolism, publicação realizada pela Endocrine Society. O estudo sugere o maior risco de desenvolvimento desse tipo de nódulo em mulheres de meia idade e que estão mais próximas da menopausa, quando apresentam níveis mais altos do hormônio.
A experiência da modelo brasileira Denise Dias também chamou a atenção para a associação identificada no estudo. Em entrevista ao portal Uol em março deste ano, ela relembrou que o uso de anabolizantes, no passado, ocasionou o aparecimento de miomas uterinos.
A Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) estima que 80% das mulheres em idade fértil tenham miomas, que são nódulos benignos formados no tecido muscular do útero. Muitas delas podem não saber do diagnóstico por não apresentarem manifestações clínicas.
No entanto, há casos em que são identificados sintomas como dor e/ou inchaço abdominal, retenção urinária, sangramento fora do período menstrual, constipação, dor na região lombar, desconforto durante a relação sexual e dificuldade para engravidar.
Diagnóstico
Uma das principais orientações sobre os cuidados da saúde da mulher é assegurar a regularidade das consultas ao ginecologista. A indicação é realizar exames de rotina ao menos uma vez ao ano.
O acompanhamento médico possibilita investigar alterações no organismo, como no caso dos miomas uterinos. Para esse tipo de suspeita, a paciente é indicada à realização de exames de imagem, dentre eles, a ultrassonografia transvaginal e a ressonância magnética da pelve.
Existem diferentes tipos de miomas. Os subserosos desenvolvem-se na parte externa do útero e podem comprimir outros órgãos, como a bexiga e o intestino, originando sintomas como a retenção urinária e a constipação.
Os intramurais são formados dentro da parede uterina e, por isso, podem causar dores abdominais e durante a relação sexual. Já os submucosos aparecem na parte interna do útero e estão associados ao sangramento vaginal e à maior dificuldade para engravidar.
A partir dos 30 anos, as mulheres devem redobrar a atenção. “Na consulta de rotina com o ginecologista, é importante conversar sobre o assunto, principalmente se tiver casos de antecedentes familiares, como mãe e irmã”, orienta a Febrasgo.
Como é feito o tratamento
O tratamento pode ser clínico, com o uso de medicamentos de acordo com o caso de cada paciente, ou cirúrgico. Para esta determinação são considerados a quantidade, o tamanho e a localização dos miomas.
No tratamento clínico são avaliados os sintomas da paciente para a indicação de medicamentos. Podem ser usados anti-inflamatórios para o alívio da dor, remédios hormonais para a regularização do fluxo menstrual e suplementos de ferro para o caso de anemias decorrentes de sangramentos.
Já o procedimento cirúrgico é indicado de acordo com o volume do nódulo e se ele apresenta algum tipo de risco para a gestante ou o bebê na hora do parto. A miotecmia é um procedimento cirúrgico para a retirada de miomas sem a necessidade de remoção do útero.