A uretrite é uma inflamação na uretra e pode ser causada por gonorreia ou por outros tipos de agentes infecciosos. Aqui na Omens já falamos sobre a uretrite gonocócica (aquela causada pela gonorreia), então hoje vamos entender melhor a não-gonocócica.
Quais podem ser as causas dessa inflamação? Quais as formas de tratamento? E quais as principais diferenças entre a uretrite gonocócica e não gonocócica? Vem descobrir mais com a gente!
Índice
Uretrite não gonocócica: definição e causas
A uretrite não-gonocócica é uma inflamação na uretra com causas não relacionadas à gonorreia, ou seja, se a uretrite for causada por clamídia, por tricomoníase ou outros motivos, ela será considerada não-gonocócica.
A uretrite não-gonocócica é mais comum que a gonocócica. Portanto, é necessário estar atento aos sintomas caso haja contato sexual desprotegido. Além disso, alguns sintomas podem se parecer com os da uretrite gonocócica. Então, não tente o autodiagnóstico! Procure a ajuda de médicos para receber o diagnóstico correto.
Uretrite causada por Trichomonas vaginalis
Dentre as possíveis causas de uma uretrite está a tricomoníase, causada pelo parasita Trichomonas vaginalis. Tanto homens quanto mulheres podem ter esse tipo de uretrite, apesar de ser mais comum em mulheres.
A chance de transmissão é maior na relação sexual de mulheres com homens, chegando a 72% de risco. Quando não tratada adequadamente, a tricomoníase pode levar à infertilidade, parto prematuro, entre outras complicações graves. Portanto, o tratamento correto é imprescindível para que essas complicações não aconteçam.
Uretrite causada por Clamídia
Essa é uma forma comum de uretrite, causada pela bactéria Chlamydia trachomatis. A bactéria é responsável por 50% dos casos de uretrite não-gonocócica. Além disso, estima-se que, mesmo após a cura aparente da uretrite causada por clamídia, existe a chance de que as pacientes do sexo feminino guardem consigo a bactéria, o que possibilita a reinfecção e nova infecção de parceiros.
Nesse caso, se o tratamento não continuar, pode ser que a uretrite evolua para uma doença inflamatória pélvica. Além desse tipo de complicação, problemas de infertilidade e complicações na gestão podem acontecer caso não haja um tratamento adequado.
Outras causas da uretrite
Além da clamídia e da tricomoníase, outras coisas podem gerar inflamação na uretra: são causas de origem não infecciosas, como traumas no local ou até mesmo alergias e inflamações de origem química, devido a lubrificantes ou outro tipo de produto.
Esse tipo de diagnóstico é considerado quando os tratamentos para uretrites de origem infecciosa e não-gonocócica não apresentam o resultado esperado.
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Uretrite gonocócica
Aqui na Omens já temos uma publicação que explica de forma mais completa o que é a uretrite gonocócica. Mas de forma resumida, ela nada mais é do que a inflamação da uretra causada por um gonococo, ou seja, uma bactéria que causa a gonorreia. Nesse caso, o tratamento é feito com antibióticos em dose única.
Assim como os outros tipos de uretrite, a inflamação gonocócica pode acometer tanto homens quanto mulheres. Homens que têm como parceiros sexuais outros homens têm mais facilidade de adquirir a forma gonocócica da uretrite.
Tanto a forma gonocócica quanto a não-gonocócica se transmite através do contato sexual. Portanto, a melhor maneira de evitar a doença é utilizando o preservativo.
Sintomas
Os sintomas da uretrite não-gonocócica no homem e na mulher incluem:
- ardência, desconforto ou dor ao urinar (disúria leve);
- corrimento via uretral com pouca quantidade;
- presença de sangue no corrimento, principalmente em mulheres.
No geral, os sintomas são leves e por isso podem não chamar muita atenção no início. Mas é imprescindível que, se aparecerem, o médico urologista ou ginecologista seja procurado o mais rápido possível. Isso porque, quando a uretrite evolui, pode causar complicações sérias.
Os sintomas são diferentes da uretrite gonocócica?
Os sintomas da uretrite gonocócica e não-gonocócica são os mesmos, mas se apresentam de forma mais leve na não-gonocócica. Por exemplo, durante um estudo, 11% dos pacientes do sexo masculino como uretrite não-gonocócica apresentou corrimento via uretral; então, existe uma chance muito menor que esse sintoma aconteça e os pacientes consigam observá-lo. A disúria (dor ao urinar) é outro sintoma que costuma aparecer de forma mais leve quando o paciente não possui gonorreia.
De qualquer forma, deve-se procurar o médico para evitar complicações. Além disso, a sintomatologia da uretrite (não-gonocócica ou gonocócica) pode ser confundida por leigos com outros tipos de infecções.
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Tratamentos
O tratamento da uretrite não-gonocócica depende do agente infeccioso que provoca a inflamação.
A uretrite não gonocócica causada pela clamídia é tratada com antibióticos. O tempo de tratamento pode durar até 7 dias, exceto em casos em que se utiliza uma dose única de azitromicina.
Para a inflamação causada por Trichomonas vaginalis, são utilizados antiprotozoários, como o metronidazol, durante sete dias.
Se a causa for algum tipo de produto químico, a utilização é suspensa para que a inflamação possa melhorar.
Após sete dias de tratamento, devem-se realizar novos exames para entender a evolução do caso. Se os tratamentos utilizados até o momento não estiverem fazendo efeito e outras causas como a reinfecção for descartada, será utilizado outro método para alcançar a cura total do paciente.
Conclusão: qual a diferença entre a uretrite gonocócica e a não gonocócica?
A principal diferença entre uretrite gonocócica e não-gonocócica é o que provoca a infecção na uretra. No caso da inflamação gonocócica, quem provoca a inflamação é um gonococo (bactéria que provoca a gonorréia), já para uretrite não-gonocócica, podem existir diversos motivos. O principal causador da inflamação é a bactéria da Clamídia (C. trachomatis), responsável pela maioria dos casos. Ainda existe a chance da inflamação ser causada por T. vaginalis ou por produtos químicos.
Para saber com toda a certeza qual é o caso, um médico urologista ou ginecologista é necessário. Afinal, apenas através do tratamento correto é possível curar completamente a uretrite.
Referências
- Franklyn N. Judson. Epidemiologia e controle da uretrite não-gonocócica e infecções genitais por clamídia: uma revisão (em inglês).
- Jornal Brasileiro de Patologia e Medicina Laboratorial vol. 40, n. 3 (Junho de 2004). Aspectos clínicos, patogênese e diagnóstico de Trichomonas vaginalis.
- Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical vol. 54. Protocolo brasileiro para infecções sexualmente transmissíveis, 2020.